terça-feira, 19 de julho de 2011

Escravidão Moderna Pt.2: Urbanismo

"Tudo isso já foi escrito, estou apenas repetindo..."

"O urbanismo é esta tomada de posse do meio natural e humano pelo capitalismo, que, desenvolvendo-se logicamente como dominação absoluta, pode e deve agora refazer a totalidade do espaço como sua própria decoração". Guy Debord, "A Sociedade do Espetáculo"

À medida que constroem seu mundo com a força alienada de trabalho, a decoração deste mundo se torna a prisão onde deverão viver. Um mundo sórdido, sem sabor, nem odor, que levam em si a miséria do modo de produção dominante. Essa decoração está em permanente construção. Nada nele é constante, a remodelação contínua do espaço que nos rodeia está justificada pela estupidez generalizada e pela insegurança com que tem que viver seus habitantes. Trata-se de mudar tudo à imagem do sistema. O mundo torna-se como uma fábrica:

Cada vez mais sujo e barulhento.

Cada parcela deste mundo é propriedade de um Estado ou de um particular. Este roubo social, que é a apropriação exclusiva da terra, se materializa na onipresença dos muros, das grades, das cercas, das barreiras e das fronteiras, são as marcas visíveis dessa separação que invade tudo. Mas ao mesmo tempo, a unificação do espaço, segundo os interesses da cultura mercantil, é o grande objetivo da nossa triste época. O mundo deve transformar-se numa imensa estrada, absolutamente eficiente, para facilitar o transporte das mercadorias.

"Todo obstáculo, natural ou humano, deve ser destruído."

Concentração humana dessa massa de escravos é o fiel reflexo de sua vida. Assemelha-se às jaulas, às prisões, às cavernas. Mas diferentemente do escravo e do prisioneiro, o explorado da época moderna deve pagar pela sua jaula.

"Não é o homem, senão o mundo
que se tornou anormal" Antonin Artaud


Leia: Só a verdade é revolucionária.
Parte 3 - Mercadoria

Nenhum comentário:

Postar um comentário