terça-feira, 25 de outubro de 2011

Escravidão Moderna Pt.11: Democracia?


"Votar é abdicar"

Élysée Reelus


Não obstante, os escravos modernos sentem-se ainda cidadãos. Acreditam que votar e decidir livremente quem conduzirá seus assuntos como se ainda pudessem escolher. Mas quando trata-se de escolher a sociedade que queremos viver, Vocês acreditam que exista uma diferença fundamental entre a social-democracia e a direita nacionalista na França? Entre os democratas e republicanos nos EUA? Entre liberais e conservadores na Colômbia? Entre todos os partidos no Brasil? Não existe nenhuma oposição, visto que os partidos políticos estão de acordo no essencial:

A conservação da presente sociedade mercantil. Nenhum dos partidos políticos que possam ter acesso ao poder põe em questão o dogma do mercado. E são esses mesmos partidos, os que com a cumplicidade midiática, se camuflam nas telas.

Riem por pequenos detalhes, com a esperança que tudo continue igual. Disputam em saber quem ocupará os postos que lhes oferecem, o Parlamento Mercantil. Essas pobre crenças são difundidas por todos os meios de comunicação, com a finalidade de ocultar um verdadeiro debate sobre a escolha da sociedade que queremos viver. A aparência e a futilidade, dominam
sobre o enfrentamento das idéias. Tudo isso não se parece nada, nem de longe, à uma democracia.

A democracia real, define-se em primeiro lugar antes de tudo, pela participação massiva dos cidadãos na gestão dos assuntos da cidade. É direta e participativa. Encontra sua expressão mais autêntica na Assembléia Popular e no diálogo permanente da vida em comum. A forma representativa e parlamentar, que usurpa o nome de democracia, limita o poder dos cidadãos ao simples direito de votar, ou seja: a nada. Escolher entre cinza claro e cinza escuro não é uma escolha verdadeira. As cadeiras parlamentares são ocupadas em sua imensa maioria pela classe economicamente dominante.

Seja da direita, ou da pretensa esquerda social democrata. "Não há que se conquistar o poder, há que destruí-lo".
É tirano por natureza. Seja exercido por um rei, um ditador ou um presidente eleito. A única diferença no caso da democracia parlamentar é que os escravos tem a ilusão de escolher, eles próprios, o mestre que deverão servir. O voto os fez cúmplices da tirania que os oprime.

Eles não são escravos porque existam mestres, mas sim, os mestres existem porque eles escolheram manter-se escravos.

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